domingo, 24 de abril de 2011

Testemunho

Testemunho enviado pelo Irmão Rodrigo Vieira,

que tem se dedicado a obra com perseverança; Mas também, porque é a prova de que, quando estamos entristecidos e desanimados, descrentes de que nosso trabalho para o Senhor tenha algum valor, esse testemunho torna-se a prova viva e atual do que o apóstolo Paulo disse aos fiéis da Igreja de Corinto:

"Portanto, queridos irmãos, continuem fortes e firmes. Continuem ocupados no trabalho do Senhor, pois vocês sabem que todo o seu esforço nesse trabalho sempre traz proveito" (1Co 15:58)


"Boa tarde.

Irmãos, Glória a Deus por este trabalho que temos realizado e, como a Sara disse, estamos vendo a importância disto em cada dia que estamos lá.

Hoje podemos olhar e ver a diferença de quando chegamos naquele lugar. No início, enquanto eu estava pregando, podia contemplar rostos sem ânimo, espíritos abatidos, desinteresse por Deus, pensamentos de que não tem mais jeito e opressão maligna. Hoje para Glória exclusivamente de Deus, podemos ver pessoas louvando com alegria, prestando a atenção na palavra, recebendo a Jesus Cristo, pedindo oração, pedindo bíblias, se dispondo a lutarem juntas com Deus pela restauração de suas vidas, demônio sendo expulso e pessoas que vem me falar, e talvez não tenha chegado a vocês:

  • Arrumei emprego e estou há 1 mês sem usar drogas;(Não vi mais este rapaz e não sei como ele está, mas creio que só de ele querer parar e estar há 1 mês sem crack, já é uma ação de Deus). ''Estou plenamente certo de que aquele que começou boa obra em vós há de completá-la até ao dia de Jesus Cristo'' Filipenses 1:6
  • Faz 1 ano e meio que comecei a me aproximar de Deus e agora tenho emprego e já estou saindo da rua;
  • Graças a Deus que vocês fazem este trabalho, pois este lanche e suco é o que nos segura a noite e de madrugada.
  • Como é bom ouvir uma palavra abençoada como esta.
  • A palavra hoje falou muito comigo, etc.
E tenho visto o crescimento/amadurecimento espiritual nosso também, dizendo por mim, tenho sido muito edificado com este trabalho e vejo Deus me ensinando e capacitando a cada dia.

O que quero dizer com tudo isto?

Que vale muito a pena nosso trabalho. Às vezes tendemos a olhar com olhar de homem, onde olhamos a situação daquelas pessoas e pensamos, como pregar que Deus salva e prospera, para pessoas que estão morando na rua, sem estudo, pegando comida às vezes do lixo, com roupas sujas, sem documentos, etc...

Irmãos, se olharmos desta forma, realmente fica difícil, mas se olharmos com olhos espirituais, poderemos ver o poder do nosso Deus, que fez e faz isto:

Salmo 113: 7-8 ''Levanta o pobre do pó, e do monturo levanta o necessitado, Para o fazer assentar com os príncipes, sim, com os príncipes do seu povo''

Salmo 40:2 '' Tirou-me de um poço de perdição, de um tremedal de lama; colocou-me os pés sobre uma rocha e me firmou os passos''

Salmo 72: 12-13 '' Porque ele acode ao necessitado que clama e também ao aflito e ao desvalido. Ele tem piedade do fraco e do necessitado e salva a alma aos indigentes''

Existem muitos outros versículos que seguem a mesma linha!

Não deixe Satanás colocar em você o pensamento que não tem jeito para eles e que o trabalho é vão. Nosso papel é falar, pois a fé vem pelo ouvir, e o ouvir a palavra de Deus, e todos os que se aproximam de Deus com fé, conseguem milagres, isto nos garante a palavra em vários trechos, como:

Marcos 5:34 ''E ele lhe disse: Filha, a tua fé te salvou; vai em paz, e sê curada deste teu mal.''

Glórias a Deus, que têm nos proporcionado já ver os frutos! Vamos reconhecer e agradecer por tudo isto.

Ele pode tudo, em qualquer lugar e em qualquer situação. É Deus de maravilhas, que ainda fará maiores obras naquele lugar, sim, ele será ainda mais exaltado naquele lugar!

A sua presença é muito importante , eu te digo em nome de Jesus: Você orando e intercedendo é muito importante, louvando ou pregando é muito importante, seu sorriso para aquelas pessoas é muito importante, sua conversa com amor, para aquelas pessoas é muito importante, seu aperto de mão para aquelas pessoas é muito importante.

Para mim, que estou pregando, sua companhia e oração são muito importantes.

Se você não pode ir mais por algum motivo, mantenha-se orando pelos Samaritanos.

Deus te abençoe.

Avante ó Crentes. União, consagração e fé."

O irmão Rodrigo Vieira é um samaritano, membro do Ministério de Expansão Missionária da 1ª Igreja Batista da Lapa

sábado, 23 de abril de 2011

O Sermão do Monte das Oliveiras: Evangelho Social ou Evangelho Teológico?

Se Jesus é o único que tem "as palavras da vida eterna" conforme foi dito pelo apóstolo Pedro (Jo 6:68), por que tantas pessoas estão perdidas entregues a outras religiões e filosofias?

Se o maior mandamento é "amar a Deus de todo o seu coração, e de toda a tua alma e de todo o seu pensamento", e o segundo é "amar o teu próximo como a ti mesmo" (Mt 22:35-40) porque o Evangelho não é reconhecido dessa maneira por todos os homens?

Porque os homens não enxergam na Igreja de Deus um lugar de consolo e refúgio?

É importante lembrar que o foco deste estudo não é desrespeitar a opinião das pessoas a respeito de sua religião ou de seus valores, mas meditar a respeito da vontade de Deus para aqueles que O servem.

E isso só é possível se nos apegarmos ao ministério de Jesus na terra e tomarmos seu exemplo como regra de conduta. Jesus, ao ministrar o advento maior que é a chegada do Reino de Deus, não se descuidava de levar a Palavra a todos os homens, nem de deixou de comissionar a Sua igreja com a responsabilidade de pregar o evangelho.

A mensagem de Jesus era fundamentalmente social: "Portanto, ide, ensinai a todas as nações, batizando-as em nome do Pai, e do Filho e do Espírito Santo; ensinando-as a guardar todas as coisas que eu vos tenho mandado; e eis que eu estou convosco todos os dias, até a consumação dos séculos. Amén (Mt 28:19-20); 

Ou ainda, "Ide por todo o mundo, pregai o evangelho a toda a criatura. Quem crer e for batizado será salvo; mas quem não crer será condenado. (Mc 16:15-16);

Mas tão importante quanto a comissão que nos foi dada por Jesus quanto a levar o evangelho, é a expectativa de Deus para com a sua Igreja em tornar o Evangelho uma regra de vida e de conduta, conforme está descrito no livro de Mateus 25:31-46:

"Jesus terminou, dizendo: - Quando o Filho do Homem vier como Rei, com todos os anjos, ele se sentará no seu trono real;
E todos os povos da terra se reunirão diante dele, e ele separará as pessoas umas das outras, assim como o pastor separa as ovelhas das cabras.
Ele porá os bons à sua direita e os outros, à esquerda.
Então o Rei dirá aos que estiverem à sua direita: "Venham, vocês que são abençoados pelo meu Pai! Venham e recebam o Reino que o meu Pai preparou para vocês desde a criação do mundo.
Pois eu estava com fome, e vocês me deram comida; estava com sede, e me deram água. Era estrangeiro, e me receberam na sua casa.
Estava sem roupa, e me vestiram; estava doente, e cuidaram de mim. Estava na cadeia, e foram me visitar."
- Então os bons perguntarão: "Senhor, quando foi que o vimos com fome e lhe demos comida ou com sede e lhe demos água?
Quando foi que vimos o senhor como estrangeiro e o recebemos na nossa casa ou sem roupa e o vestimos?
Quando foi que vimos o senhor doente ou na cadeia e fomos visitá-lo?"
- Aí o Rei responderá: "Eu afirmo a vocês que isto é verdade: quando vocês fizeram isso ao mais humilde dos meus irmãos, foi a mim que fizeram."
- Depois ele dirá aos que estiverem à sua esquerda: "Afastem-se de mim, vocês que estão debaixo da maldição de Deus! Vão para o fogo eterno, preparado para o Diabo e os seus anjos!
Pois eu estava com fome, e vocês não me deram comida; estava com sede, e não me deram água.
Era estrangeiro, e não me receberam na sua casa; estava sem roupa, e não me vestiram. Estava doente e na cadeia, e vocês não cuidaram de mim."
- Então eles perguntarão: "Senhor, quando foi que vimos o senhor com fome, ou com sede, ou como estrangeiro, ou sem roupa, ou doente, ou na cadeia e não o ajudamos?"
- O Rei responderá: "Eu afirmo a vocês que isto é verdade: todas as vezes que vocês deixaram de ajudar uma destas pessoas mais humildes, foi a mim que deixaram de ajudar."
E Jesus terminou assim: - Portanto, estes irão para o castigo eterno, mas os bons irão para a vida eterna."

O Sermão no Monte das Oliveiras foi uma oportunidade em que Jesus, além de pregar a mensagem do arrependimento, orientou sua Igreja acerca da busca pelos perdidos. E deixou claro o nosso papel como instrumento de Deus para saciar as carências da natureza humana, pelas razões que Ele bem conhece:

1ª razão: O homem é um ser social.

"E disse Deus: não é bom que o homem viva só..." (Gn2:18 );

"E todos continuavam firmes, seguindo os ensinamentos dos apóstolos, vivendo em amor cristão, partindo o pão juntos e fazendo orações.
Os apóstolos faziam muitos milagres e maravilhas, e por isso todas as pessoas estavam cheias de temor.
Todos os que criam estavam juntos e unidos e repartiam uns com os outros o que tinham.
Vendiam as suas propriedades e outras coisas e dividiam o dinheiro com todos, de acordo com a necessidade de cada um.
Todos os dias, unidos, se reuniam no pátio do Templo. E nas suas casas partiam o pão e participavam das refeições com alegria e humildade.
Louvavam a Deus por tudo e eram estimados por todos. E cada dia o Senhor juntava ao grupo as pessoas que iam sendo salvas." (At 2:42-47)

Deus é a única fonte de real satisfação para o homem. Todo aquele que buscar satisfação em riquezas,  em seu próprio talento ou no reconhecimento de outros será será frustado. O homem não pode ser feliz sozinho. Já percebeu que uma criança, por mais do que conforto  e riqueza de que ela disponha, suas principais necessidades são segurança, estabilidade e estímulos para novas conquistas. Um ambiente próspero não é uma ambiente de riqueza e fartura, mas com estabilidade e aceitação.  

Da mesma forma, Deus nos fez seus filhos através de Jesus Cristo. E a Igreja deve ser esse ambiente familiar e acolhedor. Não um tribunal onde você é simplesmente é aprovado ou reprovado.

No caso dos jovens, tem uma importancia ainda maior, pelo momento de vida pelo qual está passando. A adolescência é a época em que se deixa a infância e a tutela dos pais, que é sua zona de conforto, e passamos a formar nossos próprios valores. Ele irá, necessariamente, se afastar um pouco do controle dos pais. É um período de total insegurança!

Imagine só, se ao invés de ser apoiado nesse período de dificuldade, ele for taxado de "rebelde", de "garoto (a) problema"... será ainda pior e ainda mais insuportável!

Se o jovem cresceu e durante sua infância foi acostumado à idéia de um Deus punitivo e vingativo, distante de suas necessidades, certamente não será um valor herdado para a vida adulta. Percebe a razão pela qual tantos jovens, de lares evangélicos, se desviam do caminho e se afastam de Deus?

Por outro lado, se cresceu em um ambiente onde o amor a Deus foi sempre cultivado, onde foi estimulado a
pelos pais a tomar suas próprias decisões aprendendo a colocar Deus em primeiro lugar, meio caminho´para uma vida de relacionamento como Deus já estará preparado.

A outra etapa será o convívio com outros jovens com os mesmos valores. Por isso os "grupos" formados nas igrejas são importantes. Adolescente é "um ser que anda em bando!" (rs). Um adolescente isolado e solitário não é um bom sinal.

Muitos amigos meus, com filhos na idade da adolescência, agradecem pelos grupos de louvor, pelos corais, e por tantas atividades que servem como instrumento para reunir os jovens em torno da Palavra de Deus. Devemos incentivar esses grupos na Igreja, e se novos jovens chegarem à Igreja, devemos incentivá-los a participar desses grupos.

2ª razão: A Justificação é individual. A Santificação vem pelo relacionamento com Deus, com sua Igreja e com sua obra.

"Estou convencido de que aquele que começou boa obra em vocês, vai completá-la até o dia de Cristo Jesus." (Fp 1:6)

"Pois pela graça de Deus vocês são salvos por meio da fé. Isso não vem de vocês, mas é um presente dado por Deus. A salvação não é o resultado dos esforços de vocês; portanto, ninguém pode se orgulhar de tê-la. Pois foi Deus quem nos fez o que somos agora; em nossa união com Cristo Jesus, ele nos criou para que fizéssemos as boas obras que ele já havia preparado para nós." (Ef 2:8-10)

A obra redentora de Jesus é o começo de nossa caminhada com Deus. Ele não espera de nós nada menos do que uma completa rendição à sua vontade. Não recebemos a salvação pelas obras que executamos em Seu Nome. Mas reconhecemos a condição de servo lavado, remido e resgatado quando nos empenhamos em servi-Lo. É redundante, mas um servo bom é aquele que serve! Ele trabalha ativamente em favor de seu senhor. A Bíblia está repleta de citações a esse respeito: a parábola dos dois filhos (Mt21:28-32) mostra que o filho obediente  não é aquele que simplesmente recebe a ordem de seu pai, mas o que a cumpre. A parábola dos dois servos (Mt 24:45-51) mostra que o que obedece a ordem prontamente certamente será aprovado.

A Palavra de Deus nos mostra como foi a Igreja nos tempos de Jesus e como deve ser o comportamento de seus servos. Se conhece a arvore pelos frutos! Da mesma forma, se conhece os filhos de Deus pelas suas obras. Não pelo linguajar... Não pelos musicas ou louvores que cantam... Não pela aparência!

Me lembro de uma história sobre um diácono de minha Igreja. Certa vez, os seus filhos, que nessa época já eram homens criados como eu, (de minha idade), necessitavam da assinatura em uma contrato de compra)venda de um imóvel vizinho, e o vendedor estava com algumas exigências para que sonegasse o imposto devido na negociação. Me recordo da resposta do filho em relação ao seu pai. Ele respondeu assimao vendedor/sonegador: " Meu senhor, eu compreendo os u pedido, mas não existe a menor possibilidade de meu pai aceitar uma proposta dessas!".Eles nem sequer cogitaram compactuar com o erro, pois sabiam que seu pai era um homem íntegro!

Eu próprio passei por algo parecido: A mais de dez anos, recebi a notícia do falecimento da irmã de um amigo. Me recordo que eu era recém-casado e ainda morava na casa de minha mãe. Naquela tarde, passamos, minha esposa e eu, na companhia desse irmão e de sua noiva. Me recordo que eles dormiram em casa, na manhã seguinte preparamos um café para eles e depois os levamos para o sepultamento. Depois disso, ele se mudou e pouco nos falamos. Dias atrás, ele encontrou minha esposa ao final de um culto. Após alguma conversa, ele comentou: "Irmã, me lembro de você e de seu marido naquela noite... é uma lembrança que não esqueço!". A pouco tempo, eu perdi meu irmão, era uma noite chuvosa, eu estava arrasado, mas me lembro que vários irmãos estiveram comigo no seu funeral, confortando a mim e a minha mãe, pela perda. Certamente, tenho vários momentos de alegria dos quais me recordo, mas essa noite ficará guardada em minha memória para sempre!

Veja, não levo em consideração se o irmão era mais abençoado, se era um líder da comunidade, nada disso importa. Me importa que essas pessaos estavam lá. Eles foram instrumentos de Deus para a minha vida naquele momento!

Esse momento se repete na vida de várias pessoas, com filhos doentes acamados ou internados em hospitais ou em clínicas. Mes, filhos e irmãos que vivem o luto da perda de um familiar. Um pai desempregado que não pode honrar com seu papel de provedor do lar. De pais que não sabem como se relacionar com filhos adolescentes. Casais que passam por dificuldades. Todas oportunidades para levar o amor de Deus a essas pessoa.


3ª razão: Deus determinou o princípio da Semeadura e Colheita.

"Não se deixem enganar: de Deus não se zomba. Pois o que o homem semear, isso também colherá.
Quem semeia para a sua carne, da carne colherá destruição; mas quem semeia para o Espírito, do Espírito colherá a vida eterna.
E não nos cansemos de fazer o bem, pois no tempo próprio colheremos, se não desanimarmos.
Portanto, enquanto temos oportunidade, façamos o bem a todos, especialmente aos da família da fé." (Gl 6:7-10)

Conforme foi dito no passado pelo teólogo-pastor John Weslwy "“não há santidade que não seja santidade social (...) reduzir o Cristianismo tão somente a uma expressão solitária é destruí-lo”.

O princípio da Semeadura e da Colheita, assim com o Princípio do Amor, da Autoridade e Submissão, da Ordem, é a base para o relacionamento com Deus.

Nosso Deus não é egoísta, portanto não irá se relacionar comuma igreja egoísta. Por essa razão Jesus veio a nós para nos mostrar que o que plantar-mos, isso colheremos. E não me refiro exclusivamente a finanças. Você que tem buscado um relacionamento saudável no seu casamento e filhos, têm dedicado tempo de qualidade nisso?

Você, que têm buscado ser cheio do Espírito Santo, tem dedicado tempo para falar de Deus? Veja que a simples tarefa de publicar esse estudo é uma forma de ser ministrado pelo Espírito.

Jesus não ordenou que recebêssemos o Espirito Santo para permanecer em nossas Igrejas, mas disse: "mas recebereis poder, ao descer sobre vós o Espírito Santo, e sereis minhas testemunhas tanto em Jerusalém como em toda a Judéia e Samaria e até aos confins da terra." (At 1:08)
 
Será mesmo que o objetivo do evangelho oferecido por Jesus é um evangelho puramente teológico, onde o centro de tudo é a auto-satisfação do cristão, em um relacionamento exclusivo com Deus,  sem se preocupar com as almas perdidas? Ou será a busca por um relacionamento pleno com Deus através do Espírito Santo, a fim de levarmos o evangelho a toda criatura, de modo que o Reino dos Céus seja manifesto através do amor de Deus vivo em sua Igreja?

Receber o Espírito Santo é o mais importante para a vida do cristão, pois o recebe da parte de Jesus. Mas junto com o poder, recebemos também um objetivo, uma missão. A vida com Deus não é estéril. Deus não vai derramar de seu Espírito para simplesmente alegrar sua igreja. Ele irá fazê-lo para capacitá-la para toda a boa obra, que já está preparada para ela.


domingo, 17 de abril de 2011

Deus e o seu povo no deserto

Exôdo 13:17-22
E aconteceu que, quando Faraó deixou ir o povo, Deus não os levou pelo caminho da terra dos filisteus, que estava mais perto; porque Deus disse: Para que porventura o povo não se arrependa, vendo a guerra, e volte ao Egito.
Mas Deus fez o povo rodear pelo caminho do deserto do Mar Vermelho; e armados, os filhos de Israel subiram da terra do Egito.
E Moisés levou consigo os ossos de José, porquanto havia este solenemente ajuramentado os filhos de Israel, dizendo: Certamente Deus vos visitará; fazei, pois, subir daqui os meus ossos convosco.
Assim partiram de Sucote, e acamparam-se em Etã, à entrada do deserto.

E o SENHOR ia adiante deles, de dia numa coluna de nuvem para os guiar pelo caminho, e de noite numa coluna de fogo para os iluminar, para que caminhassem de dia e de noite.
Nunca tirou de diante do povo a coluna de nuvem, de dia, nem a coluna de fogo, de noite.


Panorama Bíblico
Antes de qualquer outro comentário, agradeço aos irmãos que colaboraram com as referências geográficas.


Mas vejam que o mais importante, é que Deus começava ali um processo de ensino ao seu povo. Deus tomou um povo escravo e transformou-o em uma grande nação. Mas esse processo foi construído ao longo de muitas experiências (algumas desagradáveis) de aprendizado. Gostaria de compartilhar alguns comentários para refletirmos o quão trabalhoso foi esse processo. E quão enriquecedor também. Cabe a nós aprendermos ou não com esse exemplo.

Há quanto tempo você está sendo conduzido pelo deserto?


Certamente o acontecimento marcante ligado ao Mar Vermelho é sua travessia pelo povo hebreu, durante sua fuga do Egito. Descrito no livro do Êxodo (13:17 a 14:31) o evento menciona a região de Pi-Hairote e Baal-Zefom.

Até hoje, muitas questões são levantadas quanto ao evento, principalmente onde ocorreu. Fato é que as localizações exatas de Pi-Hairote e Baal-Zefom permanecem incertas: Alguns historiadores atribuem à região do Golfo de Acaba a localização da travessia.
Todavia, a corrente dominante dentre os historiadores credita a localização dos eventos descritos no livro do Êxodo à região ocidental da Península do Sinai.

Mas não devemos limitar importância do Mar Vermelho à sua travessia. As peregrinações que os filhos de Israel realizaram, marchando desde o Egito até à terra de Canaã, foram uma escola importante para sua instrução, e durante os 40 anos de peregrinação, em várias ocasiões, fatos importantes ocorreram às margens do Mar Vermelho.

Foi em Ramessés que principiou a marcha dos israelitas. O caminho direto deste lugar para Canaã teria sido pela terra dos filisteus, ao norte dos lagos Amargos, e ao longo da orla setentrional do deserto de Sur. Todavia, essa direção foi-lhes proibida (Ex 13.17,18); e por isso, depois de certo tempo tomarem o rumo oriental, prosseguiram para o sul, exultando certamente com isso o Faraó, porque julgava assim em seu poder.

Acamparam a primeira noite em Sucote, que não devia ter sido longe de Ramessés. Pela segunda tarde chegaram à orla do deserto, em Etã. Provavelmente agora deviam ter seguido para o Oriente, mas foi-lhes ordenado que "retrocedam e que acampem defronte de Pi-Hairote, entre Migdol e o mar, diante de Baat-Zefom" (Ex 14.2); era um estreito desfiladeiro, perto da costa ocidental do Golfo, entre os montes que guarnecem o mar e uma pequena baia ao sul. Ficavam deste modo "desorientados na terra".

Esse movimento teve o efeito de atrair o Faraó, para junto deles; e o desígnio de alterar desta forma a linha da sua marcha foi revelada a Moisés (Ex 14.17). Os egípcios aproximaram-se dos israelitas quando estes estavam acampados diante do braço ocidental do mar Vermelho. Como, quer na extensão, quer na profundidade do golfo de Suez, se operou uma notável mudança no decorrer destes últimos trezentos anos, em virtude duma grande acumulação de areia, é por esta razão impossível determinar o lugar onde os israelitas atravessaram. Eles passaram pelo mar em seco para o lado oriental, perto do sítio agora chamado Ayun Musa (poços de Moisés), principiando aqui o deserto de Sur (Ex 15.22), ou o deserto de Etã (Nm 33.8). Estas duas expressões de aplicam à parte superior do deserto; este deserto estende-se desde o Egito até à praia oriental do mar Vermelho, e alarga-se para o Norte até à Palestina.

O caminho que os israelitas tomaram é uma larga vereda pedregosa, entre as montanhas e a costa, na qual correm no inverno vários ribeiros, que nascem nos montes. Nesta ocasião tudo devia estar seco. O lugar onde primeiramente estacionaram foi Mara (amargo), onde foi operado o milagre de se tornar doce a água amarga (Ex 15.23-25). O sítio onde isto aconteceu é, provavelmente, Ain Hawara, perto do riacho, chamado Wady Amarah, que tem a mesma significação de Mara.

A seguinte estação foi Elim, "onde havia doze fontes de água e setenta palmeiras" (Ex 15.27); este sítio fixado por Niebhr e Burckhardt no vale onde corre Ghurundel, que é a maior de todas as correntes, no lado ocidental da península. Este vale contém agora tamareiras, tamargueiras, e acácias de diferentes espécies. Obtém-se aqui água em abundância, cavando poços; há, também, uma copiosa nascente, com um curso de água de pouca extensão e volume.

Chegaram depois os israelitas ao deserto de Sim, "entre Elim e Sinai" (Ex 16.1), no sopé da escarpada cumeeira de et-Tih, um nome que significa "divagação"; é "um deserto medonho, quase inteiramente destituído de vegetação". Foi logo depois de terem entrado neste deserto que os israelitas obtiveram miraculosa provisão de codornizes e de maná. Os estudiosos supõe que eles tomaram em seguida a direção do sudeste, marchando para a cordilheira do Sinai. Neste caso, a sua passagem teria sido pelo extenso vale, a que os árabes chamam Wady Feiran. Passaram depois por Dofca e Alus. O vale Feiran é o sítio mais fértil de toda a região; e é aqui que devemos procurar Refidim, onde pela primeira vez foram atacados (Ex 17.8-13). Jetro, sogro de Moisés, também o visitou em Refidim; e pelo seu conselho foram nomeados juízes para ajudar o chefe israelita na ação judicial (Ex 18). E aqui, entre elevados picos, estava a rocha que, por mandado de Deus, foi ferida por Moisés, saindo dela depois abundância de água.

Em seguida fizeram seu acampamento no ermo do Sinai, onde o Todo-Poderoso revelou à multidão a Sua vontade por meio de Moisés; foi dado o Decálogo (dez mandamentos) ao homem, e foi estabelecido o Pacto (Ex 20.1-17; 24.7,8). Neste deserto também se deu o caso do culto prestado ao bezerro de ouro, e a enumeração do povo, e a construção do Tabernáculo; além disso, Arão e seus filhos foram consagrados, celebrou-se a segunda Páscoa, e morreram Nadabe e Abiú por terem oferecido fogo estranho ao Senhor.

O monte, onde a Lei foi dada, chama-se Horebe no Deuteronômio, e Sinai nos outros livros do Pentateuco (5 livros: Gn, Ex, Lv, Nm e Dt). Provavelmente o primeiro nome designa todo o território, e o outro simplesmente a montanha, onde foi revelada a Lei.

Permaneceram os israelitas no deserto do Sinai um ano aproximadamente, aparecendo de novo o sinal para a partida. Desde então as suas marchas e acampamentos foram sempre dirigidos pelo Senhor. Uma nuvem, que manifestava a Sua presença, cobria o tabernáculo de dia, e à tarde estava sobre o tabernáculo uma aparência de fogo até à manhã" (Nm 9.15). O levantar da nuvem era sinal de avançar, caminhando eles após ela; e, quando parava a nuvem sobre o tabernáculo, queria isso dizer que deviam acampar de novo. As suposições, são que eles passaram para o norte, ao longo do Wady esh-Sheikh, entrando numa grande planície chamada el-Hadharah, na qual estava Taberá, nome que significa "incêndio", e que lhe foi dado em virtude de ser ali destruído pelo fogo, que caiu do céu, num certo número de israelitas insurgentes (Nm 11.1-3).

A estação seguinte foi Quibrote-Taavá, ou os "sepulcros da concupiscência" (Nm 11.34; 33.16). De Quibrote marcharam para Hazerote onde ocorreu a sedição de Miriã e Arão (Nm 12). As estações nesta parte do deserto foram Ritmá, Rimom-Perez, Libna e Cades-Barneia, sendo alcançado provavelmente este último lugar pelo mês de junho mais ou menos.

Quando se aproximava da Terra Prometida, foram mandados alguns espias (espiões) para a examinarem; mas, quando voltaram, as suas informações foram de tal modo aterrorizadores que o povo se revoltou; e por esta razão os hebreus tiveram de errar no deserto pelo espaço de quarenta anos. Saindo os israelitas de Cades-Barneia, depois da sua segunda visita, em que houve a provocação ao Senhor nas águas de Meribá, vieram eles até ao monte de Hor, perto de Petra, onde morreu Arão.

Esse monte, verdadeiro trono de desolação, consta de quebradas, de ruínas e de escuras profundidades. Os árabes chamam-lhe Jebel Neby Hayran, que quer dizer: o "monte do profeta Arão"; e ainda hoje, quando uma caravana oriental avista seu cume, sacrifica um cordeiro em memória daquele grande sacerdote. Passando pelo Wadi Arabah (provavelmente o "deserto de Zin") para Eziom-Geber (da segunda vez) e Elate, o povo chegou ao golfo oriental do mar Vermelho, e voltou para o norte pelo deserto oriental da Arábia. Neste lugar existe um grande desfiladeiro, vindo do nordeste através das montanhas, constituindo a principal passagem no Wadi Arabá para o deserto. A ascensão dos israelitas foi, sem dúvida por esta estreita passagem, quando de desviaram do mar Vermelho, e voltaram aos territórios de Edom. Nesta ocasião o povo estava muito desanimado por causa do caminho, e murmurou conta Deus e contra Moisés. As suas murmurações foram castigadas, aparecendo entre eles umas serpentes ardentes, cujas mordeduras produziam a morte; mas, por mandado do Senhor, foi levantada uma serpente de bronze, sendo curados os que para ela olhavam com fé. Prosseguiram depois a sua viagem pelas faldas orientais das montanhas de Seir.

Os edomitas que primeiramente lhes haviam recusado a passagem pela sua terra, agora consentiam, fornecendo-lhes também alimentos para o seu caminho (Dt 2.3-6). Nada se sabe das suas passagens até que chegaram a Zerede, um pequeno ribeiro que corre pelas montanhas até à extremidade ocidental do mar Morto. E partindo daquele Sítio "acamparam-se na outra margem de Arnom, que... é o termo de Moabe, entre Moabre e os Amorreus" (Nm 21.13). E dali se dirigiram para Beer, ou Beer-Elim, o poço dos nobres do povo, onde vendo que estavam quase chegados ao fim do deserto, e na perspectiva duma rápida entrada na Terra Prometida, entoaram o "cântico do poço" (Nm 21.17,18).

Os israelitas, após este acontecimento, desbarataram o seu terrível inimigo Seom, rei dos amorreus, que habitava em Hesbom, e cujos territórios se estendiam ao longo das praias do mar Morto, e pelo vale oriental do Jordão até ao rio Jaboque. Saindo vitoriosos na guerra contra Ogue, que ganhara os territórios ao oriente do mar da Galiléia, os israelitas apoderaram-se da parte oriental do vale do Jordão. Estas terras conquistadas, sendo boas para pastagens, foram cedidas às tribos de rúben e Gade, e à meia tribo de Manassés, que tinha muito gado; mas foi com a condição de auxiliarem as outras tribos na sua conquista de Canaã, ao ocidente do Jordão (Nm 32; Dt 3.8-20; Js 1.12-18). E por este motivo a seguinte estação foi chamada Dibom-gade, para distinguir de outra Dibom pertencente aos rubenitas (Js 13.17). As ruínas desta povoação, com o nome de Dibom, vêem-se cerca de seis quilômetros ao norte do rio Arnom. Deste lugar caminharam para Almom-Diblatain ou Diblataim, de onde seguiram para as serras de Abarim, em frente do monte Nebo. Finalmente acamparam perto do Jordão, desde Bete-Jesimote até Bete-Sitim, em frente de Jericó (Nm 33.49).

E assim terminou uma jornada de quarenta anos, atravessando principalmente lugares desertos, viagem que podia ter-se efetuado nalgumas semanas.

O verdadeiro sentido da Páscoa

Zc 12:10
E derra­marei sobre a família de Davi e sobre os habi­tantes de Jerusalém um espírito de ação de graças e de súplicas. Olharão para mim, aquele a quem traspassaram, e chorarão por ele como quem chora a perda de um filho único, e se lamentarão amargamente por ele como quem lamenta a perda do filho mais velho.


Textos Auxiliares

Jo 19:36-37
Estas coisas aconteceram para que se cumprisse a Escritura: “Nenhum dos seus ossos será quebrado” e, como diz a Escritura noutro lugar: “Olharão para aquele que traspassaram”.

Ap 1:7
Eis que ele vem com as nuvens, e todo olho o verá, até mesmo aqueles que o traspassaram; e todos os povos da terra se lamentarão por causa dele. Assim será! Amém


É chagada mais uma Páscoa. Uma época em que muito se fala em coelho, bacalhau, chocolate, entre outras... e pouco, pouquíssimo de cordeiro!

É verdade que a páscoa nos moldes celebrados atualmente, é mais parecida ao ritual pagão da prosperidade e fertilidade do que com a Páscoa hebraica instituída por Deus.

A Páscoa instituída por Deus como "estatuto perpétuo" (Ex 12:14) em lembrança do livramento do senhor ao popuar os primogênitos de Israel no Egito (daí o nome Páscoa, do hebraico pesah, que significa passagem, pular além, em referência ao espírito de morte que pouparia a casa cuja marca de sangue estivisse nos batentes das portas).

Para nós, os cristãos, a Páscoa têm em si um grande valor: Nos lembrar do sacrifíco derradeiro de Jesus.

Deus preparou para si o Cordeiro Pascal, aquele que tiraria o pecado do mundo. Não um sacrifício involuntário de um animal qualquer, mas o sacrifício voluntário do Justo, que provê a redenção da humanidade caída. A morte não tinha poder sobre ele, não podia tirar-lhe a vida. Ele entregou seu espírito. (Lc 23:46).

Enquanto os judeus celebram a Páscoa em lembraça do livramento de seus primogênitos, nós celebramos em lembrança da morte de Jesus em substituição à morte do crente.

Jesus desejava entregar ao Pai o sacrifício perfeito, capaz de justificar a nós todos diante de Deus para que fôssemos co-herdeiros de Deus com Ele, pagando a dívida do pecado humano, e o cumprindo o plano de salvação. O véu do templo se rasgou, pois ele fazia a separação entre o santo Lugar e o santo dos Santos e vedava o caminho à presença de Deus. Perceba que o texto de Mt 27:51 diz “o véu... se rasgou”: a separação de Deus foi retirada pelo próprio Deus, não provém de obra humana, justamente para que todos aqueles que desejam verdadeiramente estar na presença de Deus o façam. O caminho para a presença de Deus foi aberto para todos que crerem em Cristo e na sua Palavra salvadora.

Da mesma forma, o dom de Deus está acessível a todos os homens para buscarem a restauração no seu poder e no seu amor.

Deus não deixou de amar sua criação. Ele anseia por um relacionamento com o homem... e preparou o caminho para isso.

A Nova Aliança de Deus contigo

Isaías 55:3
Dêem-me ouvidos e venham a mim; ouçam-me, para que sua alma viva. Farei uma aliança eterna com vocês, minha fidelidade prometida a Davi.


 
Textos Auxiliares

Lc 22:20
Da mesma forma, depois da ceia, tomou o cálice, dizendo: Este cálice é a nova aliança no meu sangue, derramado em favor de vocês.

1Co 11:25
Da mesma forma, depois da ceia ele tomou o cálice e disse: “Este cálice é a nova aliança no meu sangue; façam isso sempre que o beberem em memória de mim”.

Já aconteceu com você que, ao ler a Bíblia, ao estudar a comunhão e o relacionamento de Deus com os profetas e se pegou, ficou com uma "pontinha de inveja" (veja bem: "inveja" no melhor dos sentidos) desse relacionamento? Ficou imaginando como tudo seria mais fácil se Deus desse a você a mesma atenção que deu a Abraão, a Moisés, a Josué, a Davi e a tantos outros homens que a Bíblia menciona?

Pois existe uma novidade para você: você desfruta hoje de um relacionamento que nenhum desses homens jamais desfrutou. Deus tem contigo uma aliança como nenhuma outra: uma Aliança em Cristo Jesus. Uma NOVA ALIANÇA.
  
A Nova Aliança é muito superior as anteriores, pois foi celebrada pelo próprio Deus.

Deus tem o desejo de nos tornar filhos. Isso se cumpriu ao enviar Jesus, que estava ao seu lado na fundação do mundo, para nos comprar a preço de sangue. Deus preparou o homem até aquele momento. Primeiro, através de Abraão, depois, através de Israel por intermédio da aliança celebrada por Moisés. Mas no tempo certo, ou na plenitude dos tempos (Gl 4:4) Deus nos adotou com filhos através de Jesus.

Mas essa linda história teve seu alto preço. Preço de sangue. Preço que ninguém poderia pagar.


Essência de Deus X natureza humana

Quando estudamos o livro do Gênesis (cap 1 e 2) vemos que a terra era sem forma e vazia (do hebraico Tohu “sem forma” e Bohu “vazia”). Eu gosto muito de uma referência usada pelo pastor Jesher Cardoso, da missão Evangélica Shekinah, em uma ministração: Para os povos orientais e em especial o povo Hebreu, diferentemente da nossa mentalidade ocidental, “sem forma” quer dizer desorganizado; já “vazia” quer dizer sem conhecimento, sem sabedoria. Ou seja, Deus havia criado a terra, mas por alguma razão, esta se encontrava em uma situação caótica e sem vida. E Deus passou a dar forma a terra e a criar vida (o termo hebraico “bara”, que significa criar é usado na bíblia expressar a atividade que somente Deus pode realizar.

Deus separou o ato da criação em dois grupos: o ato de criar, que Lhe é exclusivo, como criar a luz, a separação das águas, a terra seca, Sol e Lua; e a formação secundária - “E disse Deus: produza a terra erva verde (Gn 1:11)... produzam as águas abundantemente répteis de alma vivente (Gn 1:20)... produza a terra alma vivente conforme a sua espécie (Gn 1:24).

Todavia, ao formar o homem, Deus assume novamente a condição de Criador, e faz algo que lhe é exclusivo: “E criou Deus o homem à sua imagem; à imagem de Deus o criou; macho e fêmea os criou. (Gn 1:27)

E Deus os abençoou, colocando-os em um nível superior de toda a criação, para que homem e mulher desfrutassem de uma relação pessoal com Ele: “E Deus os abençoou e lhes disse: Frutificai, e multiplicai-vos, e enchei a terra, e sujeitai-a; e dominai sobre os peixes do mar, e sobre as aves dos céus, e sobre todo o animal que se move sobre a terra” (vers. 28). Deus criou o mundo para que o homem dominasse sobre ele, pois somos criados da mesma essência de Deus , somos o espírito de vida que deus soprou em nós! E como tal, Deus nos idealizou para sermos perfeitos; um ser trino (corpo, alma e espírito) que possui mente, emoção e vontade e deseja, espontaneamente, relacionar-se com seu Criador. Esse é o desejo de Deus, que o homem se relacione com Ele com Senhor, para adorá-Lo e servi-Lo com fé, lealdade e gratidão.

Mas por conta do pecado e da corrupção da terra, e da multiplicação da iniqüidade, Deus se arrependeu e  exerceu Seu Juízo sobre a terra (no hebraico, a palavra traduzida por arrependimento é Náham - em referência  a Deus - que significa: ter pena, arrepender-se, lamentar, sentir muita tristeza por causa de, mudar de idéia a respeito de, consolar. Essa mudança de idéia por parte de Deus está condicionada a uma atitude do homem., no caso citado, a perversidade do homem motivou o juízo de Deus, mas não fez com que deus voltasse atrás na sua intenção de relacionar-se com sua criação).
Ao livrar Noé e sua família, Deus faz um novo pacto, abençoando-os: “frutificai, e multiplicai-vos, e enchei toda a terra.” (Gn 9:1). Veja que já não cabe ao homem sujeitar a Terra. Por conta do pecado original em Adão e Eva, o homem perdeu sua condição de autoridade, a Essência de Deus, assumindo uma natureza corrompida.

A partir do pecado de Adão, passando pelo conserto (pacto) Deus com o homem através de Noé (Gn. 9), Abrão (Gn. 15) e Moisés (Ex.24) todas as alianças eram uma sombra da Nova Aliança, celebrada através do sangue poderoso e maravilhoso de Jesus, que nos comprou e nos elegeu para sermos novamente herdeiros de Deus e co-herdeiros em Cristo Jesus.(Ef 1:3-5, Rm8:17)

Nossa Nova Condição em Cristo

Mas uma coisa é certa: nenhum dos planos de Deus poderá ser frustrado! Deus deseja se relacionar com o homem, ter um relacionamento pessoal com sua criação. E Ele não abriu mão disso.

Para isso, foi pago um preço no Calvário. Jesus predisse isso na ceia com seus discípulos: “Este cálice é a nova aliança no meu sangue, derramado em favor de vocês.” (Lc 22:20). Ele sabia que o caminho da frutificação passava pelo sofrimento e pela morte, “Na verdade, na verdade vos digo que, se o grão de trigo, caindo na terra não morrer, fica ele só; mas, se morrer dá muito fruto” (Jo 12:24). Por isso Jesus sabia que sua morte e ressurreição , Satanás seria derrotado. Perderia ele o domínio sobre o homem. “O príncipe desse mundo será expulso“ (Jo12:31).

O fruto dessa Nova Aliança é uma nova condição de vida: Bendito o Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo, o qual nos abençoou com toda a sorte de bênçãos espirituais nos lugares celestiais em Cristo (Ef 1:3).

O termo “em Cristo” significa que o crente vive e age agora na esfera de Cristo Jesus, acima de principados e potestades, não mais separados pelo véu do pecado, mas para congregar em Cristo todas as coisas, na dispensação da plenitude dos tempos (Ef. 1:10). Amém

A Mensagem do Arrependimento

Isaías 61:1-3
O Espírito do Soberano, o Senhor, está sobre mim, porque o Senhor ungiu-me para levar boas notícias aos pobres. Enviou-me para cuidar dos que estão com o coração quebrantado, anunciar liberdade aos cativos e libertação das trevas aos prisioneiros, para proclamar o ano da bondade do Senhor e o dia da vingança do nosso Deus; para consolar todos os que andam tristes, e dar a todos os que choram em Sião uma bela coroa em vez de cinzas, o óleo da alegria em vez de pranto, e um manto de louvor em vez de espírito deprimido. Eles serão chamados carvalhos de justiça, plantio do Senhor, para manifestação da sua glória.



Textos auxiliares:



Mt 3:14-17
João, porém, tentou impedi-lo, dizendo: “Eu preciso ser batizado por ti, e tu vens a mim?”
Respondeu Jesus: “Deixe assim por enquanto; convém que assim façamos, para cumprir toda a justiça”. E João concordou.
Assim que Jesus foi batizado, saiu da água. Naquele momento o céu se abriu, e ele viu o Espírito de Deus descendo como pomba e pousando sobre ele.
Então uma voz dos céus disse: “Este é o meu Filho amado, de quem me agrado”.

Mt 4:17
Desde então, começou Jesus a pregar e a dizer: “Arrependei-vos, porque é chegado o Reino dos céus”.

Lc 4:17-21
Foi-lhe entregue o livro do profeta Isaías. Abriu-o e encontrou o lugar onde está escrito:
“O Espírito do Senhor está sobre mim, porque ele me ungiu para pregar boas novas aos pobres. Ele me enviou para proclamar liberdade aos presos e recuperação da vista aos cegos, para libertar os oprimidos e proclamar o ano da graça do Senhor.”
Então ele fechou o livro, devolveu-o ao assistente e assentou-se. Na sinagoga todos tinham os olhos fitos nele; e ele começou a dizer-lhes: “Hoje se cumpriu a Escritura que vocês acabaram de ouvir”.



O texto acima é, na minha opnião, uma das profecias mais maravilhosas de toda a Bíblia.
 Não é apenas uma profecia sobre o caráter de Cristo, mas uma promessa do livramento e da restauração de Deus para o homem. E essa promessa se cumpre através da obra redentora de Jesus que passa a pregar “Arrependei-vos, porque é chegado o Reino dos céus. É fundamental dizer que Jesus usa a palavra grega metanoia (metanoeo), que significa “voltar-se ao contrário”, “transformar a atitude mental” através da renovação do entendimento (cf Romanos 12:2).

Jesus conhecia muito bem a carente natureza humana. Ele próprio já havia convivido com ela por mais de trinta anos. Conviveu como todos os homens sob o jugo da lei, da religiosidade e das limitações humanas. Mas ele sabia que era chegado um tempo novo.
Cristo conhecia de perto as necessidades dos homens. Ele sabia que a lei não estava sendo ensinada ao pobres, o consolo prometido e a libertação não eram ministrados a todos e que os habitantes de Jerusalém haviam abandonado o temor a Deus.
Mas porque Jesus iniciou seu ministério pregando o arrependimento, ao invés de convidar todos a se beneficiar com o livramento do Senhor? Será que Jesus não achava que o povo já havia sofrido o bastante? Ou ele acreditava ser culpa das próprias pessoas a miséria e a aflição pela qual passavam?
Certamente que não.
Mas Jesus sabia que somente abençoar as pessoas não era o bastante. As bençãos passariam ou seriam esquecidas.
Jesus sabia que uma benção só é duradoura se houver transformação do homem. E a verdadeira transformação só é possível com a ajuda de Deus.
E era esse o convite feito pelo Messias.
Mas por que essa mensagem era tão dificilmente acolhida pelo homens?
Entendemos melhor quando conhecemos um pouco dos costumes e da tradição judaica: O povo judeu crê que a base do serviço a Deus durante estes dias se formam por meio de três pilares: Teshuvá (penitência, arrependimento, retorno), Tefilá (prece) e Tsedacá (caridade). Desses, vamos nos ater ao teshuvá:
Teshuvá significa um retorno. Desse modo, acreditava-se que um judeu é essencialmente bom e seu mais profundo desejo é praticar o bem. Porém, devido a várias circunstâncias, completa ou parcialmente fora de seu controle, ele erra. Este é o conceito judaico de Teshuvá - um retorno às raízes, ao seu mais íntimo ser.
Todavia, não cabe ao homem a restauração, pois essa vem de Deus, conforme Paulo disse aos Efésios (Ef 2:9): por que pela graça sois salvos, por meio da fé; e isso não vem de vós; é dom de Deus. Não vem das obras, para que ninguém se glorie.
Ou seja, o arrependimento que Jesus prega aos homens que uma mudança incondicional de atitudes, de mentalidade e de valores. Incondicional pois aprove a Deus nos dar o livramento do Juízo Eterno, sendo salvos pela Sua Graça.
Deus já nos preparou o caminho da salvação, cabendo ao homem tão somente aceitar esse caminho preparado. Por essa razão, disse Jesus “Eu sou o caminho, a verdade e a vida, ninguém vem ao Pai senão por mim.” (Jo 14:06). A mensagem de Jesus era firme e contundente: o homem deve abandonar absolutamente toda a sua natureza corrompida, e se sujeitar incondicionalmente a Deus. Desse modo, muitos judeus não aceitavam sua condição de pecadores e carentes da glória de Deus (Romanos 3:23).

Da mesma forma hoje, O Espírito Santos nos leva a abandonar nossa natureza e a buscar a renovação do nosso entendimento através da Palavra para experimentarmos a boa, agradável e perfeita vontade de Deus.
É um chamado para a transformação: transformar a maneira de pensar, a maneira de olhar o próximo, a maneira de negociar, a maneira de trabalhar, a maneira de se relacionar com Deus e com Sua igreja.
Agora que vimos a razão pela qual Jesus pregou “arrependimento” aos homens, para que estes tenham acesso ao reino de Deus, vamos entender como os homens da época recebiam a mensagem e o convite ao arrependimento:
Os judeus temiam a Deus. Esse conselho foi dado pelo Rei Salomão no livro de Eclesiastes: “de tudo o que tem ouvido, o fim é: Teme a Deus e guarda seus mandamentos; porque este é o dever de todo o homem” (Ec 12:13). Os judeus respeitavam de tal maneira os ensinamentos do Rei Salomão, ao ponto de creditar a este uma posição quase sobrenatural. Acreditavam que todos os segredos da Criação lhe foram revelados que ele compreendia a linguagem de todas as criaturas (das árvores, dos pássaros, dos insetos e dos animais), que podia dominar o vento e os espíritos e que os demônios o serviam conforme a sua vontade.
A confiança em Salomão era tamanha, que só era superada por Moshê (Moisés), que segundo os judeus foi “o mais humilde de todos os homens”. Moshê tinha todos os motivos para se orgulhar: Deus o escolheu para libertar Seu povo da escravidão, para receber a Torá e ele se tornou o líder da nação e seu irmão, Aharon (Arão) o Sumo Sacerdote e mesmo assim, Moshê foi o mais humilde de todos os homens que já viveram.
Para a cultura judaica, a modéstia de uma pessoa pobre e simples não impressionava, não se impressionavam por uma pessoa frágil e humilde pregar a submissão a Deus. Desse modo, as pregações de Jesus no início de seu ministério, pouco impacto (social) causava.

Diante desse quadro, podemos ver por que os judeus relutaram em receber o Messias Sofredor descrito pelo profeta Isaías? Como a rejeição a Cristo é o próprio cumprimento da profecia descrita no capítulo 53: “Quem deu crédito à nossa pregação? E a quem se manifestou o braço do Senhor? Por que ele é como raiz de uma terra seca; não tinha parecer nem formosura; olhamo-lo, mas nenhuma beleza havia que nos agradasse. Era desprezado e o mais rejeitado entre os homens; homem de dores e que sabe o que é padecer...”

Todavia, diante deles não estava mais um profeta ou um outro rabi (mestre).

Diante deles estava a “semente de Abraão” (Gl 3:16), o Sumo Sacerdote irrepreensível (Hb 8:1-3), destinado a governar as nações com poder (Ap 2:27) e ele próprio Deus (Jo1:1), operando milagres e maravilhas, conforme Ele disse e está escrito: “os cegos vêem, os aleijados andam, os leprosos são purificados, os surdos ouvem, os mortos ressuscitam e as boas novas são pregadas aos pobres; e feliz é aquele que não se escandaliza por minha causa”. (Lc 7:22-23).

Veja que quão incrível isto é: homens estavam perdendo a oportunidade da salvação por se escandalizar com Jesus! Homens cujo coração estava tão endurecido que não reconheceram o agir de Deus diante de seus olhos! Antes, não aceitavam sua soberania e majestade. Limitando nosso Deus e o comparando ao seu servo Salomão.

Não se renderam a Ele. Não se sujeitaram a Ele.  E como conseqüências não desfrutaram da plenitude dos tempos (Gl 4:4) e da remissão dos pecados e da adoção como filhos.
E quanto a nós? Até onde estamos dispostos a abrir mão de nossos pré-conceitos e paradigmas para experimentar a boa, perfeita e agradável vontade de Deus?