domingo, 17 de abril de 2011

Deus e o seu povo no deserto

Exôdo 13:17-22
E aconteceu que, quando Faraó deixou ir o povo, Deus não os levou pelo caminho da terra dos filisteus, que estava mais perto; porque Deus disse: Para que porventura o povo não se arrependa, vendo a guerra, e volte ao Egito.
Mas Deus fez o povo rodear pelo caminho do deserto do Mar Vermelho; e armados, os filhos de Israel subiram da terra do Egito.
E Moisés levou consigo os ossos de José, porquanto havia este solenemente ajuramentado os filhos de Israel, dizendo: Certamente Deus vos visitará; fazei, pois, subir daqui os meus ossos convosco.
Assim partiram de Sucote, e acamparam-se em Etã, à entrada do deserto.

E o SENHOR ia adiante deles, de dia numa coluna de nuvem para os guiar pelo caminho, e de noite numa coluna de fogo para os iluminar, para que caminhassem de dia e de noite.
Nunca tirou de diante do povo a coluna de nuvem, de dia, nem a coluna de fogo, de noite.


Panorama Bíblico
Antes de qualquer outro comentário, agradeço aos irmãos que colaboraram com as referências geográficas.


Mas vejam que o mais importante, é que Deus começava ali um processo de ensino ao seu povo. Deus tomou um povo escravo e transformou-o em uma grande nação. Mas esse processo foi construído ao longo de muitas experiências (algumas desagradáveis) de aprendizado. Gostaria de compartilhar alguns comentários para refletirmos o quão trabalhoso foi esse processo. E quão enriquecedor também. Cabe a nós aprendermos ou não com esse exemplo.

Há quanto tempo você está sendo conduzido pelo deserto?


Certamente o acontecimento marcante ligado ao Mar Vermelho é sua travessia pelo povo hebreu, durante sua fuga do Egito. Descrito no livro do Êxodo (13:17 a 14:31) o evento menciona a região de Pi-Hairote e Baal-Zefom.

Até hoje, muitas questões são levantadas quanto ao evento, principalmente onde ocorreu. Fato é que as localizações exatas de Pi-Hairote e Baal-Zefom permanecem incertas: Alguns historiadores atribuem à região do Golfo de Acaba a localização da travessia.
Todavia, a corrente dominante dentre os historiadores credita a localização dos eventos descritos no livro do Êxodo à região ocidental da Península do Sinai.

Mas não devemos limitar importância do Mar Vermelho à sua travessia. As peregrinações que os filhos de Israel realizaram, marchando desde o Egito até à terra de Canaã, foram uma escola importante para sua instrução, e durante os 40 anos de peregrinação, em várias ocasiões, fatos importantes ocorreram às margens do Mar Vermelho.

Foi em Ramessés que principiou a marcha dos israelitas. O caminho direto deste lugar para Canaã teria sido pela terra dos filisteus, ao norte dos lagos Amargos, e ao longo da orla setentrional do deserto de Sur. Todavia, essa direção foi-lhes proibida (Ex 13.17,18); e por isso, depois de certo tempo tomarem o rumo oriental, prosseguiram para o sul, exultando certamente com isso o Faraó, porque julgava assim em seu poder.

Acamparam a primeira noite em Sucote, que não devia ter sido longe de Ramessés. Pela segunda tarde chegaram à orla do deserto, em Etã. Provavelmente agora deviam ter seguido para o Oriente, mas foi-lhes ordenado que "retrocedam e que acampem defronte de Pi-Hairote, entre Migdol e o mar, diante de Baat-Zefom" (Ex 14.2); era um estreito desfiladeiro, perto da costa ocidental do Golfo, entre os montes que guarnecem o mar e uma pequena baia ao sul. Ficavam deste modo "desorientados na terra".

Esse movimento teve o efeito de atrair o Faraó, para junto deles; e o desígnio de alterar desta forma a linha da sua marcha foi revelada a Moisés (Ex 14.17). Os egípcios aproximaram-se dos israelitas quando estes estavam acampados diante do braço ocidental do mar Vermelho. Como, quer na extensão, quer na profundidade do golfo de Suez, se operou uma notável mudança no decorrer destes últimos trezentos anos, em virtude duma grande acumulação de areia, é por esta razão impossível determinar o lugar onde os israelitas atravessaram. Eles passaram pelo mar em seco para o lado oriental, perto do sítio agora chamado Ayun Musa (poços de Moisés), principiando aqui o deserto de Sur (Ex 15.22), ou o deserto de Etã (Nm 33.8). Estas duas expressões de aplicam à parte superior do deserto; este deserto estende-se desde o Egito até à praia oriental do mar Vermelho, e alarga-se para o Norte até à Palestina.

O caminho que os israelitas tomaram é uma larga vereda pedregosa, entre as montanhas e a costa, na qual correm no inverno vários ribeiros, que nascem nos montes. Nesta ocasião tudo devia estar seco. O lugar onde primeiramente estacionaram foi Mara (amargo), onde foi operado o milagre de se tornar doce a água amarga (Ex 15.23-25). O sítio onde isto aconteceu é, provavelmente, Ain Hawara, perto do riacho, chamado Wady Amarah, que tem a mesma significação de Mara.

A seguinte estação foi Elim, "onde havia doze fontes de água e setenta palmeiras" (Ex 15.27); este sítio fixado por Niebhr e Burckhardt no vale onde corre Ghurundel, que é a maior de todas as correntes, no lado ocidental da península. Este vale contém agora tamareiras, tamargueiras, e acácias de diferentes espécies. Obtém-se aqui água em abundância, cavando poços; há, também, uma copiosa nascente, com um curso de água de pouca extensão e volume.

Chegaram depois os israelitas ao deserto de Sim, "entre Elim e Sinai" (Ex 16.1), no sopé da escarpada cumeeira de et-Tih, um nome que significa "divagação"; é "um deserto medonho, quase inteiramente destituído de vegetação". Foi logo depois de terem entrado neste deserto que os israelitas obtiveram miraculosa provisão de codornizes e de maná. Os estudiosos supõe que eles tomaram em seguida a direção do sudeste, marchando para a cordilheira do Sinai. Neste caso, a sua passagem teria sido pelo extenso vale, a que os árabes chamam Wady Feiran. Passaram depois por Dofca e Alus. O vale Feiran é o sítio mais fértil de toda a região; e é aqui que devemos procurar Refidim, onde pela primeira vez foram atacados (Ex 17.8-13). Jetro, sogro de Moisés, também o visitou em Refidim; e pelo seu conselho foram nomeados juízes para ajudar o chefe israelita na ação judicial (Ex 18). E aqui, entre elevados picos, estava a rocha que, por mandado de Deus, foi ferida por Moisés, saindo dela depois abundância de água.

Em seguida fizeram seu acampamento no ermo do Sinai, onde o Todo-Poderoso revelou à multidão a Sua vontade por meio de Moisés; foi dado o Decálogo (dez mandamentos) ao homem, e foi estabelecido o Pacto (Ex 20.1-17; 24.7,8). Neste deserto também se deu o caso do culto prestado ao bezerro de ouro, e a enumeração do povo, e a construção do Tabernáculo; além disso, Arão e seus filhos foram consagrados, celebrou-se a segunda Páscoa, e morreram Nadabe e Abiú por terem oferecido fogo estranho ao Senhor.

O monte, onde a Lei foi dada, chama-se Horebe no Deuteronômio, e Sinai nos outros livros do Pentateuco (5 livros: Gn, Ex, Lv, Nm e Dt). Provavelmente o primeiro nome designa todo o território, e o outro simplesmente a montanha, onde foi revelada a Lei.

Permaneceram os israelitas no deserto do Sinai um ano aproximadamente, aparecendo de novo o sinal para a partida. Desde então as suas marchas e acampamentos foram sempre dirigidos pelo Senhor. Uma nuvem, que manifestava a Sua presença, cobria o tabernáculo de dia, e à tarde estava sobre o tabernáculo uma aparência de fogo até à manhã" (Nm 9.15). O levantar da nuvem era sinal de avançar, caminhando eles após ela; e, quando parava a nuvem sobre o tabernáculo, queria isso dizer que deviam acampar de novo. As suposições, são que eles passaram para o norte, ao longo do Wady esh-Sheikh, entrando numa grande planície chamada el-Hadharah, na qual estava Taberá, nome que significa "incêndio", e que lhe foi dado em virtude de ser ali destruído pelo fogo, que caiu do céu, num certo número de israelitas insurgentes (Nm 11.1-3).

A estação seguinte foi Quibrote-Taavá, ou os "sepulcros da concupiscência" (Nm 11.34; 33.16). De Quibrote marcharam para Hazerote onde ocorreu a sedição de Miriã e Arão (Nm 12). As estações nesta parte do deserto foram Ritmá, Rimom-Perez, Libna e Cades-Barneia, sendo alcançado provavelmente este último lugar pelo mês de junho mais ou menos.

Quando se aproximava da Terra Prometida, foram mandados alguns espias (espiões) para a examinarem; mas, quando voltaram, as suas informações foram de tal modo aterrorizadores que o povo se revoltou; e por esta razão os hebreus tiveram de errar no deserto pelo espaço de quarenta anos. Saindo os israelitas de Cades-Barneia, depois da sua segunda visita, em que houve a provocação ao Senhor nas águas de Meribá, vieram eles até ao monte de Hor, perto de Petra, onde morreu Arão.

Esse monte, verdadeiro trono de desolação, consta de quebradas, de ruínas e de escuras profundidades. Os árabes chamam-lhe Jebel Neby Hayran, que quer dizer: o "monte do profeta Arão"; e ainda hoje, quando uma caravana oriental avista seu cume, sacrifica um cordeiro em memória daquele grande sacerdote. Passando pelo Wadi Arabah (provavelmente o "deserto de Zin") para Eziom-Geber (da segunda vez) e Elate, o povo chegou ao golfo oriental do mar Vermelho, e voltou para o norte pelo deserto oriental da Arábia. Neste lugar existe um grande desfiladeiro, vindo do nordeste através das montanhas, constituindo a principal passagem no Wadi Arabá para o deserto. A ascensão dos israelitas foi, sem dúvida por esta estreita passagem, quando de desviaram do mar Vermelho, e voltaram aos territórios de Edom. Nesta ocasião o povo estava muito desanimado por causa do caminho, e murmurou conta Deus e contra Moisés. As suas murmurações foram castigadas, aparecendo entre eles umas serpentes ardentes, cujas mordeduras produziam a morte; mas, por mandado do Senhor, foi levantada uma serpente de bronze, sendo curados os que para ela olhavam com fé. Prosseguiram depois a sua viagem pelas faldas orientais das montanhas de Seir.

Os edomitas que primeiramente lhes haviam recusado a passagem pela sua terra, agora consentiam, fornecendo-lhes também alimentos para o seu caminho (Dt 2.3-6). Nada se sabe das suas passagens até que chegaram a Zerede, um pequeno ribeiro que corre pelas montanhas até à extremidade ocidental do mar Morto. E partindo daquele Sítio "acamparam-se na outra margem de Arnom, que... é o termo de Moabe, entre Moabre e os Amorreus" (Nm 21.13). E dali se dirigiram para Beer, ou Beer-Elim, o poço dos nobres do povo, onde vendo que estavam quase chegados ao fim do deserto, e na perspectiva duma rápida entrada na Terra Prometida, entoaram o "cântico do poço" (Nm 21.17,18).

Os israelitas, após este acontecimento, desbarataram o seu terrível inimigo Seom, rei dos amorreus, que habitava em Hesbom, e cujos territórios se estendiam ao longo das praias do mar Morto, e pelo vale oriental do Jordão até ao rio Jaboque. Saindo vitoriosos na guerra contra Ogue, que ganhara os territórios ao oriente do mar da Galiléia, os israelitas apoderaram-se da parte oriental do vale do Jordão. Estas terras conquistadas, sendo boas para pastagens, foram cedidas às tribos de rúben e Gade, e à meia tribo de Manassés, que tinha muito gado; mas foi com a condição de auxiliarem as outras tribos na sua conquista de Canaã, ao ocidente do Jordão (Nm 32; Dt 3.8-20; Js 1.12-18). E por este motivo a seguinte estação foi chamada Dibom-gade, para distinguir de outra Dibom pertencente aos rubenitas (Js 13.17). As ruínas desta povoação, com o nome de Dibom, vêem-se cerca de seis quilômetros ao norte do rio Arnom. Deste lugar caminharam para Almom-Diblatain ou Diblataim, de onde seguiram para as serras de Abarim, em frente do monte Nebo. Finalmente acamparam perto do Jordão, desde Bete-Jesimote até Bete-Sitim, em frente de Jericó (Nm 33.49).

E assim terminou uma jornada de quarenta anos, atravessando principalmente lugares desertos, viagem que podia ter-se efetuado nalgumas semanas.

O verdadeiro sentido da Páscoa

Zc 12:10
E derra­marei sobre a família de Davi e sobre os habi­tantes de Jerusalém um espírito de ação de graças e de súplicas. Olharão para mim, aquele a quem traspassaram, e chorarão por ele como quem chora a perda de um filho único, e se lamentarão amargamente por ele como quem lamenta a perda do filho mais velho.


Textos Auxiliares

Jo 19:36-37
Estas coisas aconteceram para que se cumprisse a Escritura: “Nenhum dos seus ossos será quebrado” e, como diz a Escritura noutro lugar: “Olharão para aquele que traspassaram”.

Ap 1:7
Eis que ele vem com as nuvens, e todo olho o verá, até mesmo aqueles que o traspassaram; e todos os povos da terra se lamentarão por causa dele. Assim será! Amém


É chagada mais uma Páscoa. Uma época em que muito se fala em coelho, bacalhau, chocolate, entre outras... e pouco, pouquíssimo de cordeiro!

É verdade que a páscoa nos moldes celebrados atualmente, é mais parecida ao ritual pagão da prosperidade e fertilidade do que com a Páscoa hebraica instituída por Deus.

A Páscoa instituída por Deus como "estatuto perpétuo" (Ex 12:14) em lembrança do livramento do senhor ao popuar os primogênitos de Israel no Egito (daí o nome Páscoa, do hebraico pesah, que significa passagem, pular além, em referência ao espírito de morte que pouparia a casa cuja marca de sangue estivisse nos batentes das portas).

Para nós, os cristãos, a Páscoa têm em si um grande valor: Nos lembrar do sacrifíco derradeiro de Jesus.

Deus preparou para si o Cordeiro Pascal, aquele que tiraria o pecado do mundo. Não um sacrifício involuntário de um animal qualquer, mas o sacrifício voluntário do Justo, que provê a redenção da humanidade caída. A morte não tinha poder sobre ele, não podia tirar-lhe a vida. Ele entregou seu espírito. (Lc 23:46).

Enquanto os judeus celebram a Páscoa em lembraça do livramento de seus primogênitos, nós celebramos em lembrança da morte de Jesus em substituição à morte do crente.

Jesus desejava entregar ao Pai o sacrifício perfeito, capaz de justificar a nós todos diante de Deus para que fôssemos co-herdeiros de Deus com Ele, pagando a dívida do pecado humano, e o cumprindo o plano de salvação. O véu do templo se rasgou, pois ele fazia a separação entre o santo Lugar e o santo dos Santos e vedava o caminho à presença de Deus. Perceba que o texto de Mt 27:51 diz “o véu... se rasgou”: a separação de Deus foi retirada pelo próprio Deus, não provém de obra humana, justamente para que todos aqueles que desejam verdadeiramente estar na presença de Deus o façam. O caminho para a presença de Deus foi aberto para todos que crerem em Cristo e na sua Palavra salvadora.

Da mesma forma, o dom de Deus está acessível a todos os homens para buscarem a restauração no seu poder e no seu amor.

Deus não deixou de amar sua criação. Ele anseia por um relacionamento com o homem... e preparou o caminho para isso.

A Nova Aliança de Deus contigo

Isaías 55:3
Dêem-me ouvidos e venham a mim; ouçam-me, para que sua alma viva. Farei uma aliança eterna com vocês, minha fidelidade prometida a Davi.


 
Textos Auxiliares

Lc 22:20
Da mesma forma, depois da ceia, tomou o cálice, dizendo: Este cálice é a nova aliança no meu sangue, derramado em favor de vocês.

1Co 11:25
Da mesma forma, depois da ceia ele tomou o cálice e disse: “Este cálice é a nova aliança no meu sangue; façam isso sempre que o beberem em memória de mim”.

Já aconteceu com você que, ao ler a Bíblia, ao estudar a comunhão e o relacionamento de Deus com os profetas e se pegou, ficou com uma "pontinha de inveja" (veja bem: "inveja" no melhor dos sentidos) desse relacionamento? Ficou imaginando como tudo seria mais fácil se Deus desse a você a mesma atenção que deu a Abraão, a Moisés, a Josué, a Davi e a tantos outros homens que a Bíblia menciona?

Pois existe uma novidade para você: você desfruta hoje de um relacionamento que nenhum desses homens jamais desfrutou. Deus tem contigo uma aliança como nenhuma outra: uma Aliança em Cristo Jesus. Uma NOVA ALIANÇA.
  
A Nova Aliança é muito superior as anteriores, pois foi celebrada pelo próprio Deus.

Deus tem o desejo de nos tornar filhos. Isso se cumpriu ao enviar Jesus, que estava ao seu lado na fundação do mundo, para nos comprar a preço de sangue. Deus preparou o homem até aquele momento. Primeiro, através de Abraão, depois, através de Israel por intermédio da aliança celebrada por Moisés. Mas no tempo certo, ou na plenitude dos tempos (Gl 4:4) Deus nos adotou com filhos através de Jesus.

Mas essa linda história teve seu alto preço. Preço de sangue. Preço que ninguém poderia pagar.


Essência de Deus X natureza humana

Quando estudamos o livro do Gênesis (cap 1 e 2) vemos que a terra era sem forma e vazia (do hebraico Tohu “sem forma” e Bohu “vazia”). Eu gosto muito de uma referência usada pelo pastor Jesher Cardoso, da missão Evangélica Shekinah, em uma ministração: Para os povos orientais e em especial o povo Hebreu, diferentemente da nossa mentalidade ocidental, “sem forma” quer dizer desorganizado; já “vazia” quer dizer sem conhecimento, sem sabedoria. Ou seja, Deus havia criado a terra, mas por alguma razão, esta se encontrava em uma situação caótica e sem vida. E Deus passou a dar forma a terra e a criar vida (o termo hebraico “bara”, que significa criar é usado na bíblia expressar a atividade que somente Deus pode realizar.

Deus separou o ato da criação em dois grupos: o ato de criar, que Lhe é exclusivo, como criar a luz, a separação das águas, a terra seca, Sol e Lua; e a formação secundária - “E disse Deus: produza a terra erva verde (Gn 1:11)... produzam as águas abundantemente répteis de alma vivente (Gn 1:20)... produza a terra alma vivente conforme a sua espécie (Gn 1:24).

Todavia, ao formar o homem, Deus assume novamente a condição de Criador, e faz algo que lhe é exclusivo: “E criou Deus o homem à sua imagem; à imagem de Deus o criou; macho e fêmea os criou. (Gn 1:27)

E Deus os abençoou, colocando-os em um nível superior de toda a criação, para que homem e mulher desfrutassem de uma relação pessoal com Ele: “E Deus os abençoou e lhes disse: Frutificai, e multiplicai-vos, e enchei a terra, e sujeitai-a; e dominai sobre os peixes do mar, e sobre as aves dos céus, e sobre todo o animal que se move sobre a terra” (vers. 28). Deus criou o mundo para que o homem dominasse sobre ele, pois somos criados da mesma essência de Deus , somos o espírito de vida que deus soprou em nós! E como tal, Deus nos idealizou para sermos perfeitos; um ser trino (corpo, alma e espírito) que possui mente, emoção e vontade e deseja, espontaneamente, relacionar-se com seu Criador. Esse é o desejo de Deus, que o homem se relacione com Ele com Senhor, para adorá-Lo e servi-Lo com fé, lealdade e gratidão.

Mas por conta do pecado e da corrupção da terra, e da multiplicação da iniqüidade, Deus se arrependeu e  exerceu Seu Juízo sobre a terra (no hebraico, a palavra traduzida por arrependimento é Náham - em referência  a Deus - que significa: ter pena, arrepender-se, lamentar, sentir muita tristeza por causa de, mudar de idéia a respeito de, consolar. Essa mudança de idéia por parte de Deus está condicionada a uma atitude do homem., no caso citado, a perversidade do homem motivou o juízo de Deus, mas não fez com que deus voltasse atrás na sua intenção de relacionar-se com sua criação).
Ao livrar Noé e sua família, Deus faz um novo pacto, abençoando-os: “frutificai, e multiplicai-vos, e enchei toda a terra.” (Gn 9:1). Veja que já não cabe ao homem sujeitar a Terra. Por conta do pecado original em Adão e Eva, o homem perdeu sua condição de autoridade, a Essência de Deus, assumindo uma natureza corrompida.

A partir do pecado de Adão, passando pelo conserto (pacto) Deus com o homem através de Noé (Gn. 9), Abrão (Gn. 15) e Moisés (Ex.24) todas as alianças eram uma sombra da Nova Aliança, celebrada através do sangue poderoso e maravilhoso de Jesus, que nos comprou e nos elegeu para sermos novamente herdeiros de Deus e co-herdeiros em Cristo Jesus.(Ef 1:3-5, Rm8:17)

Nossa Nova Condição em Cristo

Mas uma coisa é certa: nenhum dos planos de Deus poderá ser frustrado! Deus deseja se relacionar com o homem, ter um relacionamento pessoal com sua criação. E Ele não abriu mão disso.

Para isso, foi pago um preço no Calvário. Jesus predisse isso na ceia com seus discípulos: “Este cálice é a nova aliança no meu sangue, derramado em favor de vocês.” (Lc 22:20). Ele sabia que o caminho da frutificação passava pelo sofrimento e pela morte, “Na verdade, na verdade vos digo que, se o grão de trigo, caindo na terra não morrer, fica ele só; mas, se morrer dá muito fruto” (Jo 12:24). Por isso Jesus sabia que sua morte e ressurreição , Satanás seria derrotado. Perderia ele o domínio sobre o homem. “O príncipe desse mundo será expulso“ (Jo12:31).

O fruto dessa Nova Aliança é uma nova condição de vida: Bendito o Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo, o qual nos abençoou com toda a sorte de bênçãos espirituais nos lugares celestiais em Cristo (Ef 1:3).

O termo “em Cristo” significa que o crente vive e age agora na esfera de Cristo Jesus, acima de principados e potestades, não mais separados pelo véu do pecado, mas para congregar em Cristo todas as coisas, na dispensação da plenitude dos tempos (Ef. 1:10). Amém

A Mensagem do Arrependimento

Isaías 61:1-3
O Espírito do Soberano, o Senhor, está sobre mim, porque o Senhor ungiu-me para levar boas notícias aos pobres. Enviou-me para cuidar dos que estão com o coração quebrantado, anunciar liberdade aos cativos e libertação das trevas aos prisioneiros, para proclamar o ano da bondade do Senhor e o dia da vingança do nosso Deus; para consolar todos os que andam tristes, e dar a todos os que choram em Sião uma bela coroa em vez de cinzas, o óleo da alegria em vez de pranto, e um manto de louvor em vez de espírito deprimido. Eles serão chamados carvalhos de justiça, plantio do Senhor, para manifestação da sua glória.



Textos auxiliares:



Mt 3:14-17
João, porém, tentou impedi-lo, dizendo: “Eu preciso ser batizado por ti, e tu vens a mim?”
Respondeu Jesus: “Deixe assim por enquanto; convém que assim façamos, para cumprir toda a justiça”. E João concordou.
Assim que Jesus foi batizado, saiu da água. Naquele momento o céu se abriu, e ele viu o Espírito de Deus descendo como pomba e pousando sobre ele.
Então uma voz dos céus disse: “Este é o meu Filho amado, de quem me agrado”.

Mt 4:17
Desde então, começou Jesus a pregar e a dizer: “Arrependei-vos, porque é chegado o Reino dos céus”.

Lc 4:17-21
Foi-lhe entregue o livro do profeta Isaías. Abriu-o e encontrou o lugar onde está escrito:
“O Espírito do Senhor está sobre mim, porque ele me ungiu para pregar boas novas aos pobres. Ele me enviou para proclamar liberdade aos presos e recuperação da vista aos cegos, para libertar os oprimidos e proclamar o ano da graça do Senhor.”
Então ele fechou o livro, devolveu-o ao assistente e assentou-se. Na sinagoga todos tinham os olhos fitos nele; e ele começou a dizer-lhes: “Hoje se cumpriu a Escritura que vocês acabaram de ouvir”.



O texto acima é, na minha opnião, uma das profecias mais maravilhosas de toda a Bíblia.
 Não é apenas uma profecia sobre o caráter de Cristo, mas uma promessa do livramento e da restauração de Deus para o homem. E essa promessa se cumpre através da obra redentora de Jesus que passa a pregar “Arrependei-vos, porque é chegado o Reino dos céus. É fundamental dizer que Jesus usa a palavra grega metanoia (metanoeo), que significa “voltar-se ao contrário”, “transformar a atitude mental” através da renovação do entendimento (cf Romanos 12:2).

Jesus conhecia muito bem a carente natureza humana. Ele próprio já havia convivido com ela por mais de trinta anos. Conviveu como todos os homens sob o jugo da lei, da religiosidade e das limitações humanas. Mas ele sabia que era chegado um tempo novo.
Cristo conhecia de perto as necessidades dos homens. Ele sabia que a lei não estava sendo ensinada ao pobres, o consolo prometido e a libertação não eram ministrados a todos e que os habitantes de Jerusalém haviam abandonado o temor a Deus.
Mas porque Jesus iniciou seu ministério pregando o arrependimento, ao invés de convidar todos a se beneficiar com o livramento do Senhor? Será que Jesus não achava que o povo já havia sofrido o bastante? Ou ele acreditava ser culpa das próprias pessoas a miséria e a aflição pela qual passavam?
Certamente que não.
Mas Jesus sabia que somente abençoar as pessoas não era o bastante. As bençãos passariam ou seriam esquecidas.
Jesus sabia que uma benção só é duradoura se houver transformação do homem. E a verdadeira transformação só é possível com a ajuda de Deus.
E era esse o convite feito pelo Messias.
Mas por que essa mensagem era tão dificilmente acolhida pelo homens?
Entendemos melhor quando conhecemos um pouco dos costumes e da tradição judaica: O povo judeu crê que a base do serviço a Deus durante estes dias se formam por meio de três pilares: Teshuvá (penitência, arrependimento, retorno), Tefilá (prece) e Tsedacá (caridade). Desses, vamos nos ater ao teshuvá:
Teshuvá significa um retorno. Desse modo, acreditava-se que um judeu é essencialmente bom e seu mais profundo desejo é praticar o bem. Porém, devido a várias circunstâncias, completa ou parcialmente fora de seu controle, ele erra. Este é o conceito judaico de Teshuvá - um retorno às raízes, ao seu mais íntimo ser.
Todavia, não cabe ao homem a restauração, pois essa vem de Deus, conforme Paulo disse aos Efésios (Ef 2:9): por que pela graça sois salvos, por meio da fé; e isso não vem de vós; é dom de Deus. Não vem das obras, para que ninguém se glorie.
Ou seja, o arrependimento que Jesus prega aos homens que uma mudança incondicional de atitudes, de mentalidade e de valores. Incondicional pois aprove a Deus nos dar o livramento do Juízo Eterno, sendo salvos pela Sua Graça.
Deus já nos preparou o caminho da salvação, cabendo ao homem tão somente aceitar esse caminho preparado. Por essa razão, disse Jesus “Eu sou o caminho, a verdade e a vida, ninguém vem ao Pai senão por mim.” (Jo 14:06). A mensagem de Jesus era firme e contundente: o homem deve abandonar absolutamente toda a sua natureza corrompida, e se sujeitar incondicionalmente a Deus. Desse modo, muitos judeus não aceitavam sua condição de pecadores e carentes da glória de Deus (Romanos 3:23).

Da mesma forma hoje, O Espírito Santos nos leva a abandonar nossa natureza e a buscar a renovação do nosso entendimento através da Palavra para experimentarmos a boa, agradável e perfeita vontade de Deus.
É um chamado para a transformação: transformar a maneira de pensar, a maneira de olhar o próximo, a maneira de negociar, a maneira de trabalhar, a maneira de se relacionar com Deus e com Sua igreja.
Agora que vimos a razão pela qual Jesus pregou “arrependimento” aos homens, para que estes tenham acesso ao reino de Deus, vamos entender como os homens da época recebiam a mensagem e o convite ao arrependimento:
Os judeus temiam a Deus. Esse conselho foi dado pelo Rei Salomão no livro de Eclesiastes: “de tudo o que tem ouvido, o fim é: Teme a Deus e guarda seus mandamentos; porque este é o dever de todo o homem” (Ec 12:13). Os judeus respeitavam de tal maneira os ensinamentos do Rei Salomão, ao ponto de creditar a este uma posição quase sobrenatural. Acreditavam que todos os segredos da Criação lhe foram revelados que ele compreendia a linguagem de todas as criaturas (das árvores, dos pássaros, dos insetos e dos animais), que podia dominar o vento e os espíritos e que os demônios o serviam conforme a sua vontade.
A confiança em Salomão era tamanha, que só era superada por Moshê (Moisés), que segundo os judeus foi “o mais humilde de todos os homens”. Moshê tinha todos os motivos para se orgulhar: Deus o escolheu para libertar Seu povo da escravidão, para receber a Torá e ele se tornou o líder da nação e seu irmão, Aharon (Arão) o Sumo Sacerdote e mesmo assim, Moshê foi o mais humilde de todos os homens que já viveram.
Para a cultura judaica, a modéstia de uma pessoa pobre e simples não impressionava, não se impressionavam por uma pessoa frágil e humilde pregar a submissão a Deus. Desse modo, as pregações de Jesus no início de seu ministério, pouco impacto (social) causava.

Diante desse quadro, podemos ver por que os judeus relutaram em receber o Messias Sofredor descrito pelo profeta Isaías? Como a rejeição a Cristo é o próprio cumprimento da profecia descrita no capítulo 53: “Quem deu crédito à nossa pregação? E a quem se manifestou o braço do Senhor? Por que ele é como raiz de uma terra seca; não tinha parecer nem formosura; olhamo-lo, mas nenhuma beleza havia que nos agradasse. Era desprezado e o mais rejeitado entre os homens; homem de dores e que sabe o que é padecer...”

Todavia, diante deles não estava mais um profeta ou um outro rabi (mestre).

Diante deles estava a “semente de Abraão” (Gl 3:16), o Sumo Sacerdote irrepreensível (Hb 8:1-3), destinado a governar as nações com poder (Ap 2:27) e ele próprio Deus (Jo1:1), operando milagres e maravilhas, conforme Ele disse e está escrito: “os cegos vêem, os aleijados andam, os leprosos são purificados, os surdos ouvem, os mortos ressuscitam e as boas novas são pregadas aos pobres; e feliz é aquele que não se escandaliza por minha causa”. (Lc 7:22-23).

Veja que quão incrível isto é: homens estavam perdendo a oportunidade da salvação por se escandalizar com Jesus! Homens cujo coração estava tão endurecido que não reconheceram o agir de Deus diante de seus olhos! Antes, não aceitavam sua soberania e majestade. Limitando nosso Deus e o comparando ao seu servo Salomão.

Não se renderam a Ele. Não se sujeitaram a Ele.  E como conseqüências não desfrutaram da plenitude dos tempos (Gl 4:4) e da remissão dos pecados e da adoção como filhos.
E quanto a nós? Até onde estamos dispostos a abrir mão de nossos pré-conceitos e paradigmas para experimentar a boa, perfeita e agradável vontade de Deus?